7 de dez. de 2010

As locomotivas MX-620


Nesta postagem, vou falar um pouco sobre estas locomotivas, que embora numerosas, pouco falam sobre elas...

Em 1975 foi criada pelo governo federal a CCPCL - Comissão Coordenadora da Política de Compra de Locomotivas, visando capacitar o Brasil com mais duas fábricas de locomotivas. Foi apontado por esta comissão que, a partir de 1980, o Brasil necessitaria de 300 locomotivas e 8 mil vagões por ano.

Até aquele momento, o único fabricante era a General Electric, em Campinas, com capacidade de 120 locomotivas / ano.

Surgem então:

  • Villares - Grupo General Motors (Electro-Motive Division-EMD, Estados Unidos) e GEC Traction (Inglaterra). Local: Araraquara, SP.

  • Emaq - MLW / Bombardier (Canadá) e MTE (França). Local: Magé, RJ (cidade ao lado da que eu moro).

Em 17/março/1980 a Emaq entrega as duas primeiras locos MX620, com os números 1901 e 1902 para a RFFSA / SR2, de uma encomenda de 74 unidades. O índice de nacionalização nas primeiras locomotivas foi de 12% e, nas últimas, de mais de 50%, com o preço de cada unidade girando em torno de US$ 1,3 milhões.

Devido a saldos na balança comercial com a Espanha, algumas locos vieram pré-montadas pela CAF - Cia. Auxiliare de Fabricacion), recebendo na Emaq peças e componentes produzidos no Brasil. O mesmo não ocorreu com as locos GM SD40-2, da qual vieram da Espanha (Macosa) 36 unidades prontas para entrar em serviço na RFFSA / SR3 (números 5211 a 5246).

Apesar de os componentes terem várias origens (Canadá, USA, Espanha, Brasil...), a locomotiva não apresentou sérios problemas em operação.

Estas locomotivas estão sediadas em:
  • 6101 a 6166 em Divinópolis, MG

  • 6167 a 6174 em Lavras, MG

Operam com tração tripla em trens de petróleo / cimento / grãos na rota Belo Horizonte - Brasília, recebendo auxílio de mais 1 loco entre Tigre / Campos Altos, para transpor a serra do Tigre com 30 vagões carregados.

Na rota de Arcos (MG) a Volta Redonda (RJ) operam em tração dupla substituindo 4 locos G12 antes empregadas para rebocar o trem de 22 a 24 vagões de calcário para a CSN. Quando há sobra de G12's no trecho, a mesma é acoplada às MX para vencer as rampas pesadíssimas da serra da Mantiqueira entre Lavras (MG) e Augusto Pestana (MG) com 1.260 metros de altitude. Estudos feitos pela RFFSA apontaram o peso ideal para as MX620 em 120 toneladas, e não 96 toneladas, como foram construídas. Com esse peso a locomotiva tem sua capacidade (esforço de tração) aumentado e pode movimentar um trem mais pesado.

Atualmente elas são operadas pela concessionária FCA, ainda prestando serviços nas fortes rampas das linhas mineiras:



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